DIRETORA TÉCNICA MÉDICA:
DRA.MARIUTZKA ZADINELLO
CREMESC 9562 RQE 12418

Vitamina D: a vitamina do sol


 

Vitamina D: a vitamina do sol

 

Dr. Bruno Colombo

Endocrinologia e Metabologia

Cremesc 18084 RQE 11549

 

 

 

De acordo com o Dr. Bruno Colombo, médico especialista em Endocrinologia e Metabologia, “Na última década, ocorreu um aumento do interesse nos temas relacionados à Vitamina D. Foram realizados muitos estudos sobre os seus efeitos em diversas doenças, mas principalmente naquelas relacionadas ao metabolismo dos ossos”.

 

JSM: Onde a VITAMINA D (VD) pode ser encontrada?

 

As fontes de VD são a exposição solar, a dieta e a suplementação. A VD é um pré-hormônio sintetizado na pele em resposta à radiação solar (raios UVB). Existem duas formas: a Vitamina D2 e a Vitamina D3. Sabemos que a principal fonte de VD, em qualquer idade, é a exposição solar direta. São poucos os alimentos que possuem VD, ou seja, nós precisamos muito da produção na pele pelos raios solares. Ela pode ser encontrada no óleo de fígado de bacalhau, em peixes gordurosos (por exemplo, salmão, atum, cavala), na gema do ovo e no fígado bovino. Outra forma de se obter VD é através de suplementos orais ou alimentos enriquecidos, como leites, iogurtes, entre outros.

 

JSM: Por que precisamos ter níveis adequados de VD?

 

Níveis adequados de VD são importantes para a saúde dos músculos e do esqueleto; para o bom desenvolvimento e funcionamento cerebral; para proteger contra infecções e diferentes formas doenças mentais. A VD tem sido descrita como protetora contra vários tipos de câncer, incluindo mama, cólon e próstata. Além disto, possui uma ação benéfica em doenças autoimunes, metabólicas e cardiovasculares, diminuindo, por exemplo, o risco de aterosclerose. É importante lembrar, que a VD influencia os níveis sanguíneos do cálcio e do fósforo. Se sabe que em pessoas com níveis baixos de VD, apenas 10% do cálcio e 60% do fósforo, que são consumidos na dieta, conseguem ser absorvidos pelo organismo. Cabe ressaltar que as evidências científicas dos benefícios da VD nos ossos e nos músculos são bem compreendidas. Porém, estudos sobre os seus efeitos nos demais órgãos do corpo ainda estão em andamento.

 

JSM: Quais os fatores que interferem nos níveis de VD?

  

Existem vários fatores de risco que favorecem os níveis baixos de VD, dentre eles, podemos citar a idade (idosos tem maior risco); a obesidade; a pele mais pigmentada; pessoas com doenças que dificultam a absorção intestinal; as que realizaram cirurgia bariátrica; indivíduos que fazem uso crônico de determinados medicamentos (anticonvulsivantes e corticoids, por exemplo). O uso de protetor solar pode dificultar a produção de VD na pele, já que os raios solares precisam atingir a pele diretamente. Por isso, se recomenda uma exposição solar direta da pele, de forma frequente, controlada e sempre sem exageros, evitando assim, o envelhecimento precoce e o câncer de pele. Aqui no Sul do Brasil, as quatro estações do ano são bem definidas, e no período do outono e do inverno, a pouca exposição solar e a baixa incidência dos raios solares influenciam na redução dos níves de VD.

 

JSM: Quais os possíveis sinais e sintomas da deficiência de VD?

 

As manifestação clássicas da deficiência de VD são chamadas de Raquitismo e Osteomalacia, ou seja, são alterações resultantes da falha na mineralização do osso. A fraqueza muscular, em qualquer faixa etária, é um sinal comum quando estamos com os níveis baixos de VD. Nas crianças podem ocorrer dificuldades para ficar em pé ou caminhar, dores ósseas, quedas frequentes e retardo no crescimento. Nos idosos ocorre aumento do risco de quedas com consequente aumento do número de fraturas ósseas. A dor musculoesquelética é um sintoma comum e pode afetar até 50% dos adultos com deficiência de VD. Portanto, fiquem atentos!

 

 

JSM: Quando é necessário dosar os níveis de VD?

 

A decisão da necessidade ou não da avaliação dos níveis de VD caberá ao médico, baseado nos fatores de risco que foram citados. Devemos dar atenção aos pacientes com dor óssea e/ou aqueles que possuem alguma alteração nos exames de metabolismo ósseo (quer sejam exames de sangue ou de imagem). As pessoas com mais de 60 anos; as que possuem um alto risco para quedas, os moradores de instituições e as que já possuem osteoporose, com certeza se beneficiam do acompanhamento com a dosagem regular dos níveis de VD. Atenção especial deve ser dada às gestantes e às mulheres pós-menopausa. Nas gestantes, o tratamento traz benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê, reduzindo as chances de diabetes gestacional, pre-eclâmpsia e de recém-nascidos com baixo peso. Já nas mulheres pós-menopausa, baixos níveis de VD, associados às alterações hormonais frequentes no período, aumentam os riscos de doenças ósseas, principalmente a osteoporose.

 

JSM: Quais são os valores adequados?

 

Os níveis ideais de VD são discutíveis e variam dependendo da situação clínica de cada paciente. Para atingir a saúde óssea, muitas vezes é necessário o uso de VD, em cápsulas ou em gotas. A dose pode ser preventiva e, em outras situações, são necessesárias doses maiores para a correção da deficiência de VD. Portanto, se recomenda uma avaliação detalhada com o seu médico Endocrinologista, para determinar se a sua necessidade é como prevenção ou como tratamento. Devemos sempre considerar os sinais, os sintomas e a existência de algum risco para a sua saúde óssea.

 

JSM: Qual a sua dica para que as pessoas possam ter bons níveis de VD?

As principais recomendações incluem praticar frequentemente exercício físico ao ar livre, caprichar no consumo de alimentos ricos em VD, daí a importância de se fazer um acompanhamento nutricional e não esquecer de uma adequada exposição solar. Sempre que preciso, realizar a suplementação ou o tratamento individualizado, com as doses ideias de VD, após uma criteriosa avaliação médica.

 

 

Fonte: Endocrine Society

Matéria publicada no Jornal Santa Mônica- edição 60 –set/2014


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